quarta-feira, 1 de dezembro de 2004

Diários

De motocicleta? Não. Se bem que eu amei o filme e estou doida para comprar o livro.
Mas eu me refiro a diários em geral.
Eu tenho um diário. E escrevo nele de vez em quando, o que o torna menos diário que os diários daqueles que escrevem todos os dias. Ainda assim ele é chamado de diário. Na verdade eu tenho mais de um, porque, afinal, não há diário que dure a vida toda. E confesso que leio as notas mais antigas e me divirto... ou me arrependo...
Por que manter um diário? Porque há coisas que você esquece, então é melhor escrevê-las. Mas se você esquece, é porque não são importantes, não é? De fato. Mas lembrar de coisas que você havia esquecido pode ser de muita importância. É estranho (ou normal?), mas às vezes eu escrevo no diário com uma atenção à ortografia, gramática etc., como se estivesse pensando no leitor. Mas o leitor sou eu. Quer dizer, deveria ser somente eu. Conscientemente, eu não quero que ninguém leia meu diário, porque, afinal, o que se escreve no diário são coisas pessoais, segredos. Pode parecer meio idiota, mas acho que não sou só eu que penso, lá no fundo, "e se alguém ler? E se acharem meu diário depois que eu morrer?"Talvez seja mesmo só a imaginação alimentada pelos filmes e muitos casos reais, como o Diário de Anne Frank, ou mesmo Diários de Motocicleta.
Mas tem algo que eu já fiz várias vezes, que eu não sei se muita gente faz... Coisas que nem no diário eu escrevo, que não conto para ninguém, eu escrevo numa folha de papel, leio, e depois rasgo e jogo fora. Pra que eu escrevo, se eu vou jogar fora mesmo? Porque escrever é uma forma de organizar seus pensamentos. De descarregar aquele monte de idéias, ou de estresse.
É por isso que eu escrevi 2 posts no mesmo dia - tinha umas idéias que poderiam se perder até amanhã...

Ilegalidade

Computador, internet... muitas vantagens acompanhadas de muitos problemas. Para fugir do mercado dominado por poucas grandes empresas que cobram caro por um computador ou um software, acaba-se escolhendo caminhos alternativos. Que, às vezes, em alguns lugares, até funcionam, mas aqui no Japão parece que não.

Por que será que comprar softwares piratas ou baixar músicas e filmes pela internet parece "menos ilegal" do que outros tipos de crime? Afinal, é crime, não é? Acho que sim... veja só, eu até fiquei em dúvida agora. Mas não, é crime mesmo, tenho certeza. Mas é um crime tão comum e tão difícil de ser descoberto que acabou perdendo a sua essência. Tenho certeza que muita gente nunca pensou que estivesse fazendo algo errado baixando uma música pela net.
Não é que eu esteja condenando quem faz essas coisas, não, muuuito longe disso. É que eu percebi a que ponto a sociedade chegou por causa dessa tecnologia. Não somente o lado prático do nosso dia-a-dia, mas até a moral tem sido atingida por ela... Ok, eu sei que não descobri a América, mas pelo menos o meu modo de usar o computador e a net irão mudar. Istoé, se eles funcionarem...

terça-feira, 30 de novembro de 2004

Fim de Semana

Sábado. Depois de sair do trabalho, às 4, eu fui pra Gaidai. Uns dias antes eu tinha perguntado aos kohais se eles não queriam se encontrar comigo para jantar qualquer sábado desses, já que agora eu estaria por lá de qualquer jeito mesmo. Na sexta, um deles, o Rafael, me ligou para perguntar se eu não queria ir numa festa-surpresa que ia ter na casa de uma professora brasileira que dá aulas na Gaidai. Era aniversário de uma professora portuguesa. Então eu fui. Primeiro fui pra Gaidai, conversei um pouco com eles, e quando a gente tava para sair, encontrei com um amigo do Sri Lanka, que também estudava na Gaidai e está estudando na Universidade de Osaka, que é lá perto. Bom, o que importa é que ele tava de carro, e nos ofereceu uma carona até o lugar da festa. Era um apartamento super espaçoso.
Inventaram uma história para enganar a aniversariante e ela caiu feito um patinho... Acho que foi surpresa mesmo. Quase todos os convidados eram professores estrangeiros. A comida tava boa... sanduíche de metro (foi o primeiro pão de metro que eu vi no Japão), bolo tamanho brasileiro, brigadeiro, caipiriha de Ypioca... mas o vinho era chileno. Deu pra falar bastante português.
Domingo. Acordei tarde, tomei café tarde, não fiz nada de proveitoso, até 1 e meia, quando fui encontrar meu professor e meu tutor na estação. Meu professor tinha vindo de carro para nos buscar e levar até a casa dele. Achei que fosse pro almoço, mas era pra janta. Até chegarmos à casa dele, umas 5 e meia, visitamos vários pequenos templos da região, uma represa, uma réplica de uma casa japonesa do século XV, com telhado de palha, comum em lugares frios. Tudo isso dentro dos limites da cidade de Kobe. Se fosse São Paulo, seria como ir do litoral ao interior. O contraste era inacreditável. Kobe, como vocês devem saber, é uma cidade portuária. O chamado centro da cidade fica na região mais litorânea, uma estreita faixa de terra entre o mar e as montanhas. Atrás das montanhas, atrás da Muralha, fica uma grande, talvez a maior parte do território da cidade. E para atravessar a Muralha, eles construíram um túnel. De 6 quilômetros! Há também uma linha de trem que passa dentro da Muralha, e aí não é de se espantar o preço da passagem: 520 ienes (5 dólares) por pouco mais de 10 minutos de viagem. E mesmo se for de carro, tem que pagar pedágio - 600 ienes. Mas a paisagem, principalmente no outono, vale a pena, e tem a vantagem de nem precisar sair da cidade. Arrozais, casas em estilo tradicional japonês, e as montanhas ao redor coloridas de amarelo, laranja e vermelho.


quarta-feira, 17 de novembro de 2004

Começou a nova jornada

Já faz 2 semanas que eu comecei a trabalhar. Na primeira semana, a garota que costumava ficar na classe que eu peguei ainda estava lá para me orientar, mesmo assim eu fiquei meio perdida. Semana passada, como se não bastasse meu nervosismo e expectativa por ter que tomar conta da classe sozinha (a professora quase não conta), eu fiz uma das minhas - em vez de ajustar o despertador pra AM... o resto vcs já sabem. Acordei depois do horário em que eu deveria pegar o trem. Resultado: 50 minutos atrasada (mas eu avisei a escola assim que eu acordei, desesperada...). O engraçado é que eu estava sonhando com isso. Bom, não é nada sinistro, considerando que eu geralmente sonho que perdi a hora pra algum compromisso e tenho que sair correndo e atropelando todo mundo... deve ser uma auto-crítica à minha falta de pontualidade e à perda de tempo como uma ação consciente.
Este sábado não haverá aulas, então eu estou de folga. Planos de ir ao karaokê com a Septa, minha vizinha da Indonésia.
Dia 23 é feriado nacional (Dia do Trabalho), e eu vou pra Kyoto apreciar a paisagem de outono (humm, que fresca...). Esse tipo de... atividade? costume? é chamado momiji-gari. Momiji significa maple que, por sua vez, significa bordo (acho que se pronuncia bôrdo), que eu nunca tinha ouvido na vida, mas, enfim, é aquela folha na bandeira canadense (se não me engano). Que, aliás, é usada pra fazer uma calda tipo caramelo, que tem um sabor incrível, é muuuito bom. Ah, claro! O Nelson veio pro Japão no início do inverno, mas a paisagem era característica de outono. Se vcs viram as fotos que ele tirou em Kyoto, sabem do que eu estou falando.

Talvez eu consiga um outro trabalho, dessa vez para ensinar português. Mas a minha suposta futura aluna ainda não entrou em contato comigo, então... veremos. Hoje eu me encontrei com a estudante japonesa pra quem eu dou aulas de português, quer dizer, dou uma assistência, porque na verdade ela já sabe bem o português. Gente... ela traz uns textos e livros acadêmicos que nem eu entendo. Aí ela me pergunta o que quer dizer e eu fico lá, meia hora pensando, para depois sair com um talvez, provavelmente, não tenho certeza mas acho que é isso... Geralmente é problema de contexto, pressupostos e subentendidos, cuja diferença eu nunca entendi, ou alguma palavra "inventada" por algum estudioso.
Achei o site Gramática on-line e tava dando uma olhada lá... nossa, eu não me lembrava daquele monte de classificações de análise sintática... português é um bicho complicado mesmo.

Bom, vou deixar de lado meus parênteses e dar uma pedalada (na ergométrica). Parabéns às dezenas de aniversariantes de novembro! Um grande beijo a todos. Salut =)


sábado, 30 de outubro de 2004

Desinformada

Eu sei que este post deveria ter sido escrito assim que eu tivesse me atualizado, mas não deu, atrasou. Agora todo mundo deve ter mais informações sobre o terremoto que houve em Niigata do que eu, que não assisto TV nem leio jornais e, sim, converso com alguns japoneses, mas eles não comentam muito sobre isso. Eu havia dito que os estragos haviam sido relativamente baixos, já que eu só assisti ao noticiário da noite em que o terremoto havia ocorrido. Claro que, mesmo algumas horas depois dos tremores, ainda não dá para se saber a real dimensão dos estragos e perdas. Eu ouvi que haviam 2 mortos e o que fiz foi imediatamente (sem deliberações) comparar com o tufão, que deixou mais de 50 mortos em todo o país, sendo que tufões são fenômenos previsíveis e todo mundo é previamente alertado sobre sua passagem. (Pelamordedeus, eu não estou dizendo que 2 mortes são menos dignas de atenção que 30)
Mas só depois de 2 ou 3 dias eu vi a notícia de que havia mais de 30 mortos e alguns desaparecidos, e dezenas de milhares de pessoas desabrigadas e/ou sem água ou energia elétrica. Os efeitos do terremoto foram ainda piores do que se poderia imaginar, por causa dos danos causados pelo tufão que passara não muitos dias antes.
Voluntários estão saindo de várias partes do país em direção a Niigata. Em relação a essa mobilização, ontem minha professora disse algo importante, que eu não sabia. Bem perto aqui de Kobe, numa ilha chamada Awajishima, os estragos do tufão de 10 dias atrás ainda podem ser vistos. E, apesar de isso ter acontecido antes do terremoto de Niigata, relativamente poucos voluntários apareceram para ajudar. Essa professora, entregando uns folhetos sobre um mutirão que a faculdade estava organizando, disse:
"É claro que o o terremoto foi algo realmente terrível, mas por causa disso a situação em Awajishima ficou meio apagada. Niigata é Niigata, Awajishima é Awajishima, e fica aqui em Hyogo-ken (mesmo estado)."

segunda-feira, 25 de outubro de 2004

Merd de computador!

Esse computador só dá problema... Ai, que ilusão, que sonho que foi ao comprá-lo, e agora... Não consigo assistir a DVDs, a CPU às vezes faz um barulho de Brasília velha, e o pior: há 3 dias, meu Windows japonês deu um pau total, simplesmente não funciona, nada, só o cursor se mexe na tela preta... Eu tô usando a versão em inglês, que também tava instalada, mas que não tem nada, só dá pra usar a internet. Mesmo assim, não dá pra ver as páginas em japonês e nem escrever meus trabalhos. Também não dá pra ver TV nem ouvir música, porque o sound card não funciona. Eee maravilha! Eu poderia reinstalar, mas por motivos que eu não posso tornar públicos, essa opção está quase descartada.
O que eu decidi fazer, então, foi baixar o Linux. Tá baixando ainda, na verdade. Vamos ver no que vai dar. Parece que é uma maravilha, dizem. E é de graça, hah hah.

Bom, assuntos desinteressantes à parte... nada de interessante. No comments sobre a prisão do Duda Mendonça (mas que ele é cara-de-pau de defender briga de galo, isso alguém vai negar?).

Ah, sim, se vcs viram na TV o último terremoto que aconteceu aqui no Japão, não se preocupem (eu sei que ninguém se preocupou mesmo). Não deu pra sentir nada aqui. Quer dizer, eu senti medo assistindo ao noticiário, credo... O jornalista falando do primeiro tremor quando começa a tremer de novo - "Acalmem-se, acalmem-se", como que falando pra ele mesmo também. Coitado, acho que pegaram ele pra transmitir o Plantão, não teve nem tempo de pentear o cabelo... ou será que é o normal? Bom, ao todo foram 3 picos de 6 pontos. Em que escala eu não sei. Mas sei que, pela intensidade, as perdas e os estragos parecem ter sidos relativamente baixos.

quarta-feira, 20 de outubro de 2004

Primeiro (meio) emprego

Consegui um trabalho! Vou trabalhar como "student staff" numa escola internacional, que ensina inglês para crianças. É só aos sábados, de manhã até a tarde. Basicamente, eu tenho que assistir os professores e os alunos, e falar inglês o dia inteiro. A grana que eu vou ganhar não é grande coisa, e a escola é meio longe daqui (1h de trem), mas acho que vai ser bom trabalhar numa escola... talvez me ajude a decidir o que eu realmente quero fazer dentro do campo da Educação. Pois é, pois é, eu estou indecisa, para variar... calma, eu caminho a passos lentos por caminhos tortos, mas um dia eu chego lá (espero!).

O tufão está passando por aqui... credo! Parece mesmo que a minha janela vai explodir a qulaquer momento, com esse vento que não pára! Sério, acho que esse está sendo o mais forte desde que eu vim para cá. Nem fui à facu hoje, porque desde manhã anunciaram estado de alerta. Até agora, 13 pessoas morreram e há alguns desaparecidos.

O Napô tinha feito um comment sobre essa história de estudar fora e voltar pra casa... Com certeza, se eu tivesse que voltar pro Brasil pra valer, e não só de férias, seria muito diferente. Eu ainda tenho mais 3 anos e meio aqui no Japão, mas não me vejo de volta ao Brasil LOGO depois disso. Acho que eu não tinha consciência disso quando entrei naquele avião ano passado... será que era só eu?

quarta-feira, 6 de outubro de 2004

4 estações

Junto com as aulas, começa o outono. Já se podem ver folhas amarelando, e os fins de tarde têm sido friozinhos. É bom começar a se preparar para o inverno. Em dois meses já estará frio, aquele frio de verdade, que não se sente em São Paulo...
Notei que as japonesas já estão comprando botas novas e usando saias... quando termina o verão, elas começam a usar saias... humpf!

Cheia de planos para as próximas 3 férias, não vai dar pé sem um baito (part-time job, bico). Não quero me empolgar antes da hora, mas ontem apareceram 2 oportunidades de trabalho. Lá no International Students Center da universidade, eu vi, no quadro de avisos, um anúncio procurando alguém para corrigir uma tradução japonês-português e narrá-la para um vídeo. Esse é só um freela, mas tá valendo. Quando cheguei em casa, meu senpai me mandou um e-mail perguntando se eu ainda estava interessada em um trabalho de que ele tinha flado antes das férias. Claro que eu estava, até pensei que ele tinha se esquecido, já que fazia tanto tempo... É um trabalho de professor-assistente numa escola de inglês onde ele trabalha. Mas não é nada certo.
Ah, claro, meus planos pra férias! Inverno: esquiar em... algum lugar. Não sei se vou pra Sendai (onde o Oscar mora) de novo. Primavera: China ou Coréia. O Oscar me veio com essa idéia de ir pra China depois que uns amigos nossos viajaram pra lá. Dá pra acreditar que ele tá até fazendo aulas de chinês? Ai, ai... A idéia de ir pra Seul partiu da Septa, minha amiga da Indonésia. É que a passagem pra lá é muito barata, e há a opção de ir de navio também. Verão: Europa!! Itália, França, Espanha, Romênia etc. O etc. vai depender da verba disponível.

sexta-feira, 1 de outubro de 2004

Back again

Oi, gente!! Estou de volta ao Japão, de volta à internet. Todo esse tempo em que estive no Brasil sõ pude usar a internet para checar os e-mails umas poucas vezes, fora de casa, porque o computador não estava funcionando... Bem, mas sem reclamar, que as minhas férias foram ótimas!! Claro, tem coisa melhor que voltar pra casa, rever a família e os amigos? E, além disso, viajar pra Fortaleza! Sim, eu vou colocar umas fotos de lá...
Passou muito rápido. Foram praticamente 5 semanas. Sendo que uma semana eu passei em Fortaleza, outra de cama por causa de um extração de dente seguida por uma puta duma gripe... não me sobrou quase nada. Fiquei triste de não poder ter encontrado vários dos meus amigos e sequer ter falado com alguns. Espero que me perdoem... e que eu consiga conversar mais com todo mundo daqui em diante.
Achei que ia ficar de bode quando chegasse aqui, mas ainda bem que estive ocupada nesses ... 2 dias e nem tive tempo pra isso. Tenho fé de que o tempo vai passar bem rápido até as próximas férias, em dezembro, e até a próxima chance de voltar ao Brasil.

Esse negócio de voltar pra casa depois de tanto tempo fora é sempre a mesma coisa (pelo que dizem os que também já passaram por isso): todo mundo fica perguntando como é "lá", onde é melhor, se eu acho que as pessoas mudaram muito... e comentam "Nossa, como você tá ******" ou "Nossa, não mudou nada", ou seja, o que quer que tenha acontecido, as pessoas parecem ficar surpresas, heheh.
É bom voltar às raízes pra não se esquecer de quem você é ou costumava ser. Não significa que você precisa ser como antes... né?

terça-feira, 3 de agosto de 2004

Até logo

Desculpem ter ficado tanto tempo sem escrever, mas eu estive, quer dizer, ainda estou, cheia de coisas pra fazer, por conta das provas, trabalhos e viagem. Ainda não terminei o ultimo trabalho, que eu tenho que entregar, explodindo, ate sexta-feira, já que eu comprei a passagem para Sendai (onde mora o Oscar) para sexta à noite. Digo, a passagem é para Tokyo, mas de Tokyo eu vou para Sendai. Aaahhh, que viaaagem. Saio daqui de Kobe às 9h da noite, chego a Tokyo às 6h30 da manhã, pego o ônibus para Sendai às 11h30, chego lá por volta das 16h...
Hoje parei para dar uma respirada, sair com os amigos, antes de retomar o trabalho a todo vapor... Então esse, talvez, seja o último post que eu escrevo antes de poder falar com vocês pessoalmente! É que eu não sei em que nível de condições precárias eu passarei meus dias em Sendai. Provavelmente sem internet, ou só o suficiente para checar e-mails. Veremos. Fora isso, talvez eu nem possa tomar 2 ou 3 banhos por dia, como eu tenho que fazer ultimamente para suportar esse calor nojento. Talvez tenham que ser 2 dias por banho. É que, sabem, o Oscar mora num dormitório masculino, que só tem banheiro coletivo... Aí provavelmente eu terei que usar o dormitório da minha amiga, que mora um pouquinho longe dali, o que requer um certo $$ pro transporte. Bom, quem é que nunca passou por isso, né? Acampamento, JUCA, falta de água etc.
Putz, antes que eu me esqueça: semana passada eu finalmente senti um tremor de terra! Quer dizer, foi tão fraco que foi só um tremor de cama mesmo... mas a verdade é que eu tinha acabado de pegar no sono quando senti a cama tremer, então eu acordei bem assustada, acendi a luz, olhei pela janela, vi se estava tudo no lugar... tudo perfeito. Depois eu até pensei que tinha sonhado. Mas, no dia seguinte, quando contei do meu "sonho" pra minha amiga, ela disse que tinha tremido mesmo, mas que, como o centro havia sido em outra região, quase não deu para sentir nada. Bom, mas agora eu sei que quando houver um terremoto de verdade... eu vou ficar desesperada!
Então, despeço-me por aqui. Torçam para que dê tudo certo, e que eu chegue sã e salva em Sampa. Beijos a todos, saudades mil. ^_^Posted by Hello
p.s.: ah, essa fotinho eu tirei na sacada do quarto. Ainda bem que não dá pra ver as pombas que ficam em cima do ar-condicionado, heheh

segunda-feira, 5 de julho de 2004

Ô inferninho!

30 e poucos graus e 70% de umidade. O verão japonês é desagradavelmente quente. É só sair de casa que eu entro em processo de gutação. Claro, não dá pra sair sem levar uma garrafa de água e uma toalhinha de mão.
Sábado eu fui ao Natsu Matsuri da Gaidai. Acho que escrevi sobre o do ano passado. É um festival onde os alunos vendem comidas e bebidas típicas de vários países, fazem apresentações musicais e todos dançam o bon-odori. Dessa vez eu fui com meu senpai (atrás de mim na foto). Ele foi se encontrar com uma amiga (de pé, à direita)que havia estudado com ele na Gaidai, que, por sua vez, havia vindo de Tokyo para se encontrar com a irmã (sentada), agora estudante da Gaidai. Quem está no centro é o Hugo, do Peru. As irmãs são paraguaias. Todos nikkei (descendentes de japoneses).
Eu comi comida paquistanesa, africana (não estava especificado de que país), chinesa, brasileira (sem brincadeira, algo que eu nunca tinha comido - macaquinho, já ouviram falar?). Encontrei os kohais, gente que estudou comigo ano passado, antigas vizinhas do dormitório, amigos japoneses. Foi o máximo! Posted by Hello

quinta-feira, 1 de julho de 2004

Que animal vc seria?

Esse show foi no aquário de Suma, aquela vez que eu fui à praia. Golfinho, em japonês, chama-se iruka. Sim, sim, acho que vocês já perceberam... que soa parecido com o meu nome, né? A verdade é que, ao escrever meu nome em japonês, é exatamente assim que ele soa: i-ru-ka. Bom, pelo menos significa golfinho, que é um animal que eu adoro! Posted by Hello

segunda-feira, 28 de junho de 2004

Festa Junina

Ontem eu fui a uma festa junina!! Organizada pela Comunidade Brasileira de Kansai, a CBK. Apesar do calor insuportável que não permitiu que o quentão e o vinho quente animassem mais a festa, os altos preços da cerveja, da feijoada e do cachorro-quente, deu para matar a saudade da quadrilha, do forró, do pastel e do bolo de fubá. Parece que estavam presentes na festa dois jogadores de futebol (eles tinham mesmo jeito, e as esposas eram loiras...:P) que jogam em Kobe. Acho que um deles veio do Grêmio, sei lá.
O local onde foi realizada a festa, antigamente, era uma espécie de "Casa do Emigrante", onde os japoneses com destino ao Brasil e outros países da América se hospedavam até o dia da viagem. Hoje em dia o prédio abriga um acervo de fotos, e réplicas dos navios usados nas viagens. Aproximadamente 40 por cento dos navios de migrantes japoneses partiram do porto de Kobe.
Infelizmente eu me esqueci de levar a câmera, então só deu para tirar umas fotinhos toscas com o celular. Ah, mas festa junina vocês já estão carecas de ver, né?
Depois da festa eu fui às compras. Não me chamem de esnobe, não me acusem de ter sido devorada pela sociedade consumista japonesa, mas o fato é que eu nunca pensei que sairia da Gap com uma sacolona cheia de compras... Acreditem, uma liquidação da Gap aqui no Japão desbanca até uma certa rede de lojas considerada "popular". Interessante que, olhando as etiquetas das roupas, eu fiz um tour pela Ásia - Tailândia, Vietnã, China, Cambódia, Cingapura... Claro, se fosse produto japonês, não seria tão barato.
Aliás, um problema na hora de comprar lembrancinhas para levar para casa é que até souvenirs japoneses são Made in China. Sei lá, eu não vejo problema, contanto que o souvenir tenha cara de Japão, mas... que é estranho, é.

domingo, 27 de junho de 2004

Finalmente, fotos!

Como vcs já viram, agora eu poso colocar fotos no meu blog!! Se vcs tiverem algum pedido especial, do tipo "foto daquele lugar, ou daquela pessoa, dos seus migos etc.", é só falar!
Leche, vc precisa me mandar a URL do seu blog, pq eu não consegui acessar seu perfil...
Má, é claro que eu me lembro de vc, né.. até parece que faz muito mais de um ano e meio que a gente se falou pela última vez.
Segunda-feira passada o taifu passou por aqui, levando guarda-chuvas, telhados, causando acidentes e até mortes... Um cameraman foi jogado no mar e arrastado pelas ondas quando estava no porto para a gravação de uma reportagem. Parte do telhado de um hotel voou em direção à linha de shinkansen (trem-bala), deixando os passageiros esperando na estação por mais de 6 horas. E ninguém teve aulas o dia inteiro.
Tenho mais para contar sobre o meu fim de semana, que foi muito bom, mas deixo pra amanhã, porque já é tarde e eu tenho aula amanhã... Huááá

Topete?

Essa foto foi o Nerso quem tirou, quando nós estavamos no castelo de Himeji. Era a primeira do filme, foi sem ajustes de foco nem nada... e eu nem queria que ele tirasse!! Mas ficou engracada, heheh... E, naum, eu naum adotei o estilo Itamar, foi o vento mesmo. Era inverno, como vcs podem ver pelo meu casaco. Posted by Hello

domingo, 20 de junho de 2004

1 ano, 60 dias

Esqueci de comemorar (mas tb, como?) 1 ano de blog! Pff... como se fosse muito importante, né... Mas significa que eu já estou aqui há mais de um ano. O 1 ano, na verdade, passou rápido, rápido demais. Esse mais de um ano é que tem demorado a passar. Tanto porque agora eu estou sozinha e solitária, como porque faltam apenas 60 dias para eu voltar. E estes 60 dias serão duros... quando eu mais preciso estudar, pras provas, a viagem é tudo o que eu consigo pensar. Duros serão também pela falta de grana. E isso me dá uma dor de cabeça... eu gasto horas fazendo contas e planos para ver se vai dar para gastar numa boa nas férias.
De novo, o verão. Só que agora eu tenho que pagar pelo ar-condicionado. E não dá pra usar o computador sem ar, se não ele parece um carro velho, aí dá aquele medo de dar pau.
Na verdade... já é verão? Eu nem sei... porque o período de chuvas geralmente é antes do verão. E ainda não começou a chover pra valer. Bom, mas parece que essa semana vai... se bobear, hoje mesmo vai chover. Ainda mais quando o tufão está se aproximando... Já passou por Okinawa, agora está em Kyushu, no sul. Eu só espero estar em casa quando passar aqui por Kobe...
Ontem, enquanto eu asistia à novela (sim, depois eu conto), apareceu no GC a notícia de que acabara de ocorrer um terremoto em Wakayama, não muito longe daqui. Mas fraco, sem danos sérios. E hoje, às 2 e pouco da tarde, mais um, de 3 graus (não sei que escala eles utilizam), mas esse não sei onde foi. Talvez seja bastante comum, mas eu, que não assistia TV, nunca ficava sabendo. Ao contrário de muitas pessoas, eu não tenho curiosidade de experimentar um terremoto... até porque nunca se sabe o fim que ele vai levar.

domingo, 13 de junho de 2004

Novo template

Mudei meu template, como vcs podem ver, mas perdi meus comments... Bom, agora vou deixar o blog assim mesmo. Coloquei alguns links novos. O blog do Raymond eu recomendo para quem tem paciência para ler e gosta de política. A Klara, minha amiga romena, tem dotes literários; ela publicou alguns livros de haiku, poemas japoneses. E no site dela há também algumas pinturas que ela fez.

Parece que o tsuyu, período de chuvas, chegou. Mas hoje fez um tempo muito bom. Eu até comprei um McShake e fui caminhar no porto... Espero que o verão desse ano não seja tão úmido como o do ano passado, é horrível! Bom, eu não sei como é na região norte do Brasil, mas que o verão japonês é muito pior que o de Sampa, isso é.

Estou pensando em, quando voltar pro Brasil, fazer uma "maratona de cinema", assistir quantos filmes eu puder. Fora os filmes que terei que assistir em vídeo... Quem tiver sugestões (de filmes que passaram nesse um ano e 4 meses) ou, melhor ainda, quiser me acompanhar, seja bem-vindo.

Ai, ai, estou morrendo de saudades de todos vcs!

terça-feira, 8 de junho de 2004

Praia

Voltei!! Humm, nem sei por onde começar... Bom, como está minha vida ultimamente. Bem, chata, nada muito interessante... pra falar a verdade, sim, eu fui à praia no último sábado, e foi decepcionante! Na verdade, eu e minha amiga fomos mesmo a um aquário (muito legal), que fica na praia, então resolvemos voltar pela areia. Mas que areia grossa, cheia de conchas! Tive que voltar pela pista de cooper. Para piorar a imagem, nada de ondas (havia aquelas barreiras de concreto perto da orla), um monte de gente vestindo calca comprida, mulheres de salto alto (!!), japoneses loiros de doer. Anyway, brasileiro é que é tem cultura de praia. Acho que só no Brasil você vê o que você vê na praia, então talvez aonde quer que eu vá (praias de outros países, digo) será um pouco decepcionante. Melhor voltar pro Brasil, aproveitar, e deixar os japoneses com o estilo deles de curtir (ou não) a praia.

domingo, 16 de maio de 2004

Parece grego...

Eu me pergunto quando eu vou conseguir entender as aulas da facu... O que esses professores falam? Sei lá... Eu só fico feliz quando eles citam algum autor não-japonês, porque aí eu posso procurar a bibliografia em inglês, ou português. Quinta-feira o professor falou um monte de coisas que eu não entendi e outras que eu achei que estava entendendo. Ouvi "Emile" aqui e "Rousseau" ali, "Kunt" acolá. Primeiro, achei que ele estivesse falando de um autor chamado Emile, e estava esperando ele citar o nome completo desse autor. Depois ele começou a mencionar Rousseau várias vezes, e eu fiquei confusa. Hoje, ao procurar sobre Emile na net, descobri que Rousseau escreveu uma obra entitulada Emile. Aaahh, agora sim!
Li um pedaço, comparei com o que a gente tinha lido na classe (em japonês), e percebi uma coisa: japonês é muito mais fácil. O único problema é que eu ainda não sei o suficiente. Mas o que eu quero dizer é que, por exemplo, obras como essa de Rousseau, traduzidas para o japonês, perdem um pouco a complexidade que geralmente têm, porque o japonês não é uma língua muito rica em vocábulos mais abstratos. Assim, eu imagino que seja extremamente difícil ser fiel ao conteúdo de obras de política, filosofia etc. ao se fazer uma tradução pro japonês.
Comecei a ler 1984, de George Orwell. É muito interessante. Eu imagino o que os leitores de cada época pensaram... logo que o livro foi lançado, um pouco depois, mais perto da década de 80, no ano de 1984 e depois. E o que pensarão...

quinta-feira, 13 de maio de 2004

Bolsa - A Chegada

Finalmente, a bolsa... bom, parece que chegou, porque hoje recebi uma carta da universidade comprovando -querendo mostrar- o depósito do dinheiro. Mas ainda estou pobre, pobre.

Ontem me custou muito conseguir dormir. De preocupação. Olhei o calendário da facu e vi que as provas de reaval são no comecinho de setembro. E se eu tiver que fazer essas provas? Sim, porque eu tenho certeza de que vou rodar em várias matérias... Aleém disso, vi também que o período de matrícula ia até o dia 27 de setembro, o que significa que eu teria de voltar pelo menos no dia 24, quase uma semana a menos do que eu queria ficar. Mas já resolvi o problema. Como?! A matrícula, aparentemente, pode ser feita em outubro. Se eu ficar de reaval e o professor não concordar em aplicar a prova no começo de agosto ou me dar algum trabalho escrito pra fazer, eu bombo e faço outra vez. Ponto. Minhas férias eu não posso perder!

quarta-feira, 12 de maio de 2004

Bolsa - A Espera

A bolsa não chegou!! Disseram que vai chegar no dia 14... É uma palhaçada isso. O governo repassa o dinheiro da bolsa pras universidades e essas depositam nas nossas contas. Todo mundo, exceto nós, primeiro-anistas da Universidade de Kobe, recebeu a bolsa há 2 semanas! Por que essa sacanagem toda? Absurdo, viu...

Eu tinha falado que era quase certa minha viagem pro dia 16, pra ficar um mês, né? Bom, eu achei uma outra opção: viajar no dia 18, com uma passagem que vale por 2 meses. Claro que, saindo dia 18, não dça pra ficar 2 meses, porque minhas aulas começam em outubro. Mas dá pra ficar uma semana, 10 dias a mais. Já é alguma coisa, né?

Ultimamente eu tenho ficado um pouco irritada com a falta de boas maneiras e consideração dos japoneses. Isso porque todos os dias de manhã, quando eu tenho que pegar o ônibus lotado pra ir pra facu, eu vejo a mesma coisa. Um funcionário da empresa de ônibus fica no ponto, pra organizar a subida dos passageiros, gritando pra que eles vão mais pra frente, abrindo espaço pros outros passageiros subirem. Geralmente, eu vou o mais pra frente possível, mas é inútil, porque a pessoa do meu lado não move um dedo e fica lá, toda folgada, enquanto as pessoas no fundo do ônibus (a entrada é traseira) se espremem até não poder mais. E muita gente senta nos assentos preferenciais, mas não levanta mesmo quando algum idoso se aproxima. Eu acho que no Brasil vê-se uma atitude muito mais positiva nesses casos. Sério mesmo. Eu esperava muito mais dessas pessoas.

sábado, 8 de maio de 2004

Cadê a bolsa?

Parece que a bolsa de abril vai chegar no dia 11 de maio. 2 meses, 1 bolsa. Sem mais comentários.

Aqui no 9o andar é sempre muito quente. Eu deixo a janela aberta o dia inteiro, mas não tem vento, então não adianta. Ontem à noite parecia verão mesmo; eu nem me cobri para poder dormir. Mas hoje amanheceu chovendo, deu uma refrescada. O problema é que justo hoje eu tenho que sair para um field work com minha classe, e nós vamos andar pelas ruas de uma área que foi seriamente atingida pelo terremoto de 1995. Odeio chuva.

Ah, sim, o feriadão foi ótimo, claro. Encontrei meus amigos e o Oscar, nós passeamos um pouco por Tokyo e até fizemos um piquenique lá no campus da Universidade de Tsukuba, que, aliás, me lembrou muito a Cidade Universitária. Pena que foi curto... quer dizer, 4 dias não é exatamente um curto feriado, mas, para nós que passamos um ano inteiro juntos dentro e fora das salas de aulas, não foi suficiente. Bom, fazer o quê se tem que ser assim daqui pra frente...
Esse feriadão, assim como o ano novo (será que eu contei?) teve um big problema: caixas eletrônicos fechados. Eu tinha dinheiro suficiente, mas acho que era só eu. No dia em que gente tinha planejado fazer um tour de verdade por Tokyo, a Klara nos liga dizendo que não tinha podido retirar dinheiro e s? tinha a passagem para voltar para casa. Aí nós tivemos que mudar completamente os planos, com medo de o dinheiro não ser suficiente pro resto da viagem.
Lá em Shibuya nós tiramos uns purikura, aquelas fotinhos adesivas que são super populares por aqui. É muuito legal, nem se compara com aquelas máquinas que tem no Brasil. Dá pra tirar fotos em grupos grandes, personalizar, a qualidade é ótima, na mesma cartela vêm fotos diferentes, e não há quem não fique bem na foto (-.-)V

Comecei a pesquisar passagens pra voltar pro Brasil. Já está praticamente certo que eu vou no dia 16 e vou ficar só um mês aí. É que a passagem mais barata é fixada em um mês, e o preço vale a partir do dia 16. Se eu fosse no começo de agosto, teria que pagar mais de 800 dólares a mais!! Desse jeito ninguém pode reclamar da minha decisão, né? É claro que eu gostaria de passar 2 meses aí, mas isso me custaria muita grana, que eu não tenho.
Agora falta decidir se eu pego o avião de Osaka ou de Tokyo. O preço é o mesmo, o que significa que vale mais a pena ir direto daqui. Mas já que eu tenho todos esses dias livres, acho que vou me encontrar com o Oscar em Sendai. E aí de lá eu vou pra Tokyo. Parece que ele está na mesma situação que eu em relação às passagens e só vai viajar no dia 18.

Tenho que me arrumar pra sair.

quarta-feira, 28 de abril de 2004

Feriados japoneses

Agora são 0h30. Acabei de chegar. É bom não abusar, mas o Japão ainda é um país seguro. Além do mais, a esse horário ainda há muita gente nas ruas, porque os trens ainda funcionam. Às 23h30 peguei o trem, lotado. Engravatados voltando do trabalho (ou da happy hour), mulheres voltando do trabalho, estudantes. A gente ainda reclama que os trens não vão até mais tarde... Mas isso é porque a gente já se acostumou com o transporte daqui, e se esqueceu de que, no Brasil, primeiro: quase não há trens ou metrôs; segundo: os que há param de funcionar às 11 da noite; terceiro: mesmo que tivesse transporte 24h, não seria seguro ficar na rua tarde da noite.

Eu estava em Minoo. Fui jantar com os kouhais no Saizeriya, um restaurante italiano a que nós costumávamos ir quando na Gaidai. Fica em Onohara, o "centro do mundo" para nós que vivíamos naquele mundinho pequeno, sem poder ir muito longe mesmo aos fins de semana, porque tínhamos que estudar ou porque não tínhamos dinheiro... enfim. Foi bem legal conversar com os kouhais, eles são gente finíssima. Dois brasileiros, um de Sampa e um de Londrina, e um colombiano, de Bogotá, que por sinal, já conhecia o Oscar.

Amanhã é feriado nacional, "Dia do Verde". Eu acho que, como os japoneses, exceto os estudantes, não têm férias, eles inventaram um monte de feriados sem significado para poder descansar. Mas podiam ter feito melhor. Aqui não tem essa coisa de feriado prolongado, a não ser por um único dia do ano: o dia 4 de maio, que fica entre os feriados de 3 e 5 de maio, e foi declarado oficialmente feriado nacional - esse é o nome do feriado. É por isso que esses 3 dias (mais o fim de semana, se cair tudo junto) são chamados de Golden Week, e considerados as férias dos japoneses. Amanhã é feriado, mas sexta-feira tem aulas. Se o feriado caísse numa terça-feira, seria a mesma coisa. No Brasil, para os comerciantes, por exemplo, geralmente não há feriado prolongado também, mas para os estudantes é praticamente certo que sim.

Foi por isso que eu comprei minha passagem para Tokyo com saída na sexta à noite. Acontece que sexta passada 2 dos 4 professores disseram que não dariam aulas essa semana. Por que eles não falaram isso antes de eu comprar as passagens?! Segunda eu tentei trocar o dia da viagem, mas o ônibus da quarta já estava lotado. Se eu quisesse ir por outra companhia, eles só me devolveriam 70% do dinheiro. Bem, tive que me conformar. Pelo menos amanhã eu terei o dia inteiro para lavar, passar, cozinhar, aspirar o pó do quarto, fazer as malas e me encontrar com a Corina. Ela chega amanhã de manhã. Ah, e eu também espero que na aula de EF na sexta nós joguemos futebol, em vez de só ficar fazendo exercícios.

Minha voz está anasalada e meu nariz continua escorrendo, mas não tive febre nem dores no corpo. Espero que não piore da noite pro dia.

Estou procurando um trabalho. Meu dinheiro está diminuindo, diminuindo... desse jeito não terei grana suficiente pra voltar pro Brasil, e isso é algo que não pode acontecer de jeito nenhum! Ah, e vocês acreditam que a bolsa, que deveria ter sido depositada no máximo na segunda-feira, até hoje não tinha sido depositada? Pois é, o governo está dando o calote... E o pior é que muita gente estava vivendo só com a bolsa de março, que veio lá pelo dia 11, ou seja, muito mais mês do que dinheiro.

Huaa, que soninho... Boa noite.

sábado, 24 de abril de 2004

Sexta à noite, nada de internet. Sábado de manhã, nada de internet. Achei que fosse meu computador mas minha amiga me manda uma msg no celular perguntando se eu podia usar a internet. Ligamos pra companhia, disseram que viriam à tarde, mas eu saí, não sei o que aconteceu. Só ontem, quer dizer, hoje, porque era mais de meia-noite, a conexão voltou. Ai, que chato não poder ver e-mails...

Ontem à noite eu fui à casa de um amigo meu em Osaka para uma "house-warming party". Um apertamento, bem do jeito que eu achava que saum os apês japoneses. Um cômodo, um banheiro, não muito diferente do meu quarto aqui no dormitório... Foi legal rever algumas pessoas da Gaidai. E dar umas risadas juntos.

Sábado que vem vai ser assim... encontrar o pessoal, dar risada, só espero não chorar na hora de ir embora. Ah, encontrar com o Oscar... e depois disso, acho que só em dois meses, ou então só em outubro... aaaaahh!!

Ah, o falecido celular teve que ser velado. O corpo naum foi encontrado. Então eu comprei um novo. Se vcs quiserem o n?mero e e-mail novos, mandem-me um e-mail.

O futebol está me matando. Dois anos sem fazer exercícios físicos, é nisso que dá. Uma corrida de 5 minutos acabou comigo. Mais alguns exercícios, e minhas pernas estão doendo até agora. A cabeça já se acostumou a cabecear, pelo menos.

Acho que peguei uma gripe. Ontem à noite espirrei direto, e agora meu nariz tá escorrendo. Na sexta acordei com a garganta inflamada... ai, que medo de pegar uma gripe no Japão! Eu só não quero ficar doente a ponto de não poder viajar pra Tokyo. Preciso ir ao médico.

segunda-feira, 19 de abril de 2004

Gente, eu não consigo mais viver sem internet! Ainda bem que agora eu tenho internet aqui no meu quarto. Se eu não tivesse pedido a instalação da internet aqui, não sei mais quanto tempo eu ficaria sem internet, porque eu não posso usar na universidade, vcs acreditam? Eu preciso de um ID e uma senha, que são dados numa aula estúpida de informática. Só que, como não há computadores suficientes pra todo mundo, eles dividiram a classe em dua partes. Eu fiquei na parte que tem aulas a partir de junho e que, portanto, só recebe a senha em junho. Dá pra ser mais dã? Desculpe a falta de vocabulário. Ai, eles são tão bobinhos...

Tá parecendo verão esses dias. Eu tirei minhas sandálias e minhas Havaianas do armário. Sexta passada nós tivemos aula de "Educação Física", que é obrigatória. Eu estou fazendo futebol. De campo. O sol estava tão forte que eu estou até com o rosto queimado agora. Ontem fez 24 graus! E hoje choveu o dia inteiro... detesto dias chuvosos...

Bom, agora vcs podem me mandar e-mails à vontade que eu vou checar todos os dias.

Ah, sim, antes que eu me esqueça. Sexta passada eu perdi meu celular. Deixei no banheiro e quando voltei não estava mais lá. Hoje coloquei uns papéis na parede de vários banheiros da faculdade pedindo a quem quer que tenha achado para me devolver. Até ofereci uma recompensa, mas não sei em que vai dar... Fiquei muito triste, até sonhei que achava meu celular, mas já estou me conformando com a idéia de que terei que comprar outro. O pior de tê-lo perdido são as fotos, músicas e endereços que eu tinha gravados. O celular em si não faz muita diferença. Agora vou tomar o máximo de cuidado. Não sei como não aprendi, porque não é a primeira vez que eu deixo o celular no banheiro. Só que é a primeira (e será a única) vez que eu perco de verdade.

Assim que eu ressucitar ou terminar de velar o falecido, eu aviso.

Beijos, Ilka =)
EEEEEEEEEEE!!!!!!!!!!! Internet no meu computador!!! Abaixo segue o big-post que eu escrevi durante alguns dias e salvei sem poder copiar aqui.

Finalmente eu tenho acesso à internet novamente. Não, não no meu próprio quarto, como eu esperava. Isso ainda levará algum tempo, não sei quanto. Com todo o trabalho da mudança, um curto período sem-teto, seguido por um período sem-internet, não deu para atualizar o blog. Desculpem, não é mais o caso de dizer atualizar e, sim, tirar o pó do blog. Bom, tudo o que eu falei até agora é mentira. Eu estou escrevendo no Word do meu computador, mas para salvar e copiar no blog assim que eu tiver acesso à internet.
Eu estou em Kobe! Sim, na ensolarada e civilizada (aparentemente) Kobe! Falando em civilizada... Domingo, dia 4, no caminho de volta da locadora, eu estava esperando o semáforo fechar, e caía uma chuva constante, mas fina. De repente eu percebo um guarda-chuva cobrindo minha cabeça. Olho pra trás, uma simpática senhora em seus sessenta e poucos anos sorri e diz: “Só a cabeça mas, mesmo assim...” Eu fiquei surpresa, agradeci, me desculpei (no Japão é costume desculpar-se ao receber um favor). Ela acrescentou: “Andando não dá pra sentir muito, mas se ficar parado... e esse semáforo também demora, né” e comentou: “Coitado do pessoal que queria fazer hanami (olhar as flores de sakura) hoje, né?” Quando o semáforo fechou, ela seguiu seu caminho, recomendando que eu tomasse cuidado. Fiquei até um pouco feliz depois disso... que senhora mais gentil!
Hoje (dia 5 de abril) eu tive exame médico pra universidade. Era dia das mulheres de algumas faculdades fazerem o exame. Pode parecer maldade, e eu nem tenho direito de falar isso, mas a verdade é que eu fiquei espantada com o tanto de garotas feias que havia. É que lá na Gaidai não era assim. E mesmo ns ruas não se nota. Talvez por causa da concentração ficou mais evidente que o Japão é como todos os outros países: tem mulher feia, sim. É que eu achava que as mulheres, em geral, não eram tão feias, e que os homens eram caso perdido aqui no Japão. Bom, o que a natureza fez não é certo julgar. Mas a moda... credo, como elas se vestem mal.
Depois do exame médico e passar pela administração regional, eu fui comer um sanduíche na Subway. Me empolguei com as baixas calorias dos sanduíches, já é a segunda vez em 3 dias, heheh. Tudo bem que eu comi um chocochip cookie depois, mas é irrelevante. Enquanto eu estava lá comendo, havia um grupo de umas 5 garotas, sentadas, aparentemente não consumindo nada. Estavam conversando, entre outras coisas. Outras coisas: uma delas estava fazendo a manutenção da permanente com uma “baby-liss” portátil! Aproveitando-se dos espelhos que cobrem as paredes do restaurante – seria essa a razão por que elas escolheram a Subway? Todas tinham o mesmo estilo de cabelo: tingido, permanente, ar de cabeção (ou cabeção de ar?), e o mesmo estilo de roupas: jeans, bico fino e salto alto. Fiquei imaginando o que será que essas menininhas (com seus 20 anos) bonitinhas que se vê nas ruas fazem da vida. Quem banca suas roupas de marca, cabeleireiro e manicure? O que acontecerá se, um dia, elas tiverem que enfrentar a vida de frente, de verdade? Eu nem posso dizer sobre mim mesma, mas... o que se sabe do futuro são somente riscos e chances.
Tenho a nítida impressão e altas probabilidades de que os primeiros muitos meses de faculdade serão um fiasco. Meu conhecimento de japonês está muito pior que 6 meses atrás. E é justamente agora que eu mais preciso. Bom, pelo menos o histórico dos senpais indica mais ou menos a mesma tendência: apesar de um primeiro ano praticamente perdido, é quase certa a sobrevivência, e até mesmo o sucesso no fim dos 4 anos.

Agora já é 6 de abril. Hoje teve a cerimônia de boas-vindas aos novos estudantes da universidade. Ainda bem que eu não fui, porque ouvi dizer que saía gente pelo ladrão, e não houve nada de importante pro meu currículo. À tarde eu tive que ir à universidade para entregar uns documentos e pegar muitos outros. Parece que eu era a única a não estar vestindo terninho preto... Conversei com meu professor orientador, que, por sinal, foi o mesmo que aplicou a prova de redação no dia da minha entrevista. Muito simpático. Acho que ele tem confiança demais em mim. Disse que havia aulas de japonês para os estudantes estrangeiros, mas que achava que eu não precisava... hah.
Terei também um tutor, que deve me ajudar quando eu tiver problemas com Japonês, as papeladas da universidade, e com as aulas também, porque ele é estudante de pesquisa no mesmo departamento que eu. Acho que vou conhecê-lo esta sexta-feira, quando teremos uma cerimônia de boas-vindas pros estudantes estrangeiros. Essa, com comes e bebes. Como nos velhos tempos de Gaidai. (uau, soou como se tivesse sido há séculos...)

Meu quarto continua uma bagunça. Há prateleiras demais e nenhum gaveteiro. Eu, que durante a vida toda guardei minhas roupas em gavetas, estou perdida. Por isso tenho roupas na estante de livros e dentro do armário. Há um detalhe que não me permite aproveitar as prateleiras em 100% - elas são muito altas! Eu preciso de um banquinho, mas ainda estou procurando uma loja de móveis barata. Eu não vi nenhuma loja de móveis que seja somente uma loja de móveis. Será que a internet irá me salvar? Mas que internet?!
Enviarei algumas fotos do meu quarto por e-mail. Ele é bem maior que o quarto da Gaidai, e que o meu quarto no Brasil. Tem um banheiro com banheira e uma mini-cozinha, só que sem fogão. Praticamente uma kitinete. E fica no 9º e último andar. Da sacada do meu quarto eu vejo o ground da escola coreana e um parquinho, onde o pessoal joga futebol e beisebol. Da janela do corredor vê-se o porto. Infelizmente as sacadas do prédio são perpendiculares ao mar, ou seja, ninguém tem vista pro mar...

O Oscar, ah, o Oscar tá lá em Sendai, onde Judas perdeu as botas. Disse que está gostando muito da cidade, da universidade. Ele tava com medo de que Sendai fosse inaka (interior), mas parece que é uma cidade relativamente grande. O problema é que o dormitório em que ele mora fica bem afastado da cidade, não tem quase nada por perto, a não ser um cemitério... hihih. Não, parece que tem uma loja de conveniência também. Para piorar, o dormitório é cheio de regras, incluindo fechar as portas às 10 da noite! Aqui nós temos um código para abrir a porta depois das 11 da noite.

Dia 7 de abril. Esse terá sido o post que levou mais tempo para ser escrito na história do s blogs. Acordei mais ou menos às 8 e fiquei na cama até as 9. Às 9h30 saí para tirar o lixo e ir ao supermercado, mas o supermercado só abria às 10, então eu tive que caminhar pelas redondezas até as 10. Acho que agora vou a Sannomiya (centro de Kobe) para resolver o plano de saúde, plano do celular, pesquisar preços de passagens para Tokyo, fazer compras... acho que estou me esquecendo de alguma coisa... Ah! Preciso ir à locadora!

8. Ontem eu usei a internet. Mas de cara olhei o computador e achei que não tinha drive pro disquete. Concentrei-me nos e-mails, que eram muitos (principalmente desejando um feliz aniversário, muito obrigada), e quando estava saindo, porque havia acabado meu tempo, descobri que tinha entrada pro disquete, escondida. Ai, ai, ai... Hoje não pude usar a internet e amanhã também não poderei. Terei aulas de manhã e uma “welcome ceremony” seguida por uma “welcome party”, que está prevista para terminar às 7 da noite. Depois disso ainda tenho que ir à locadora devolver os filmes que eu aluguei ontem: Garota Interrompida (tem vírgula?) e Music From Another Room, com o gatíssimo Jude Law, que eu adorei. O filme.
Hoje tive uma orientação na facu, que foi das 9h30 às 3h30 da tarde. Graças ao chefe do departamento, que queria conferir se eu estava presente na sala (com uns 120 alunos), para dar uma informação, agora todo mundo neeeem sabe que eu me chamo Akinaga, que meu número de estudante termina com 502, e que eu sou brasileira! Bom, eu até que achei bom. Assim eu espero que todo mundo entenda que eu não sei falar japonês porque eu NÃO SOU JAPONESA!
Eu estou completamente perdida em relação ao horário das aulas, a que aulas eu tenho que assistir, onde, o que eu devo levar, sobre o que é... Bem, como vocês podem ver, eu estou totalmente integrada ao ambiente universitário japonês. Não conheci um único aluno japonês até agora, pra piorar. E também ainda não conheço direito o campus, que é grande e fica na montanha, e não é como a Cidade Universitária, as faculdades ficam em quarteirões diferentes de um bairro comum, ou então são separadas pela “vegetação de montanhas”, o que ajuda muito a não saber aonde se está indo. Ai, que fiasco... E eu ainda terei aulas de Educação Física!! Blergh, bleh.

terça-feira, 13 de abril de 2004

Eu estou ficando louca sem poder usar a internet! Quer dizer, eu estou usando agora, aqui no dormitorio, mas soh posso usar durante 30 minutos. E talvez soh de 4a feira, pq nos outros dias eu tenho aula a tarde e qdo eu chego aqui a sala de computadores jah estah fechada. Lah na faculdade ha salas de computadores mas eu ainda naum recebi minha senha!!
Eu escrevi por uns 5 dias no word do meu computador e gravei num disquete. Esse computafor tem o drive pro disquete, tem o drive pro CD, mas naum le nada!! Que droga de computador eh esse??
Esses japoneses saum muito lesos pra computador, viu... Sabem fazer, mas naum sabem usar. E agora, o que eu vou fazer? Eu estou desconectada do mundo!

Ah, minhas aulas jah comecaram, e parece que sera muito dificeis... buaaa. Ontem eu tive aula de frances... e tive uma aula em que o professor nos recomendou um livro do Paulo Freire!! Naum que eu conheca muito de Paulo Freire, maseu jah tinha ouvido falar.

Bom, eh melhor eu ir agora que ainda tenho uma aula.

quinta-feira, 18 de março de 2004

Esses dias estao passando rapido demais... Eu nem vi a semana comecar e jah estah terminando! Na 2a e 3a fizemos nossa viagem de formatura a Shirahama Beach, em Wakayama, perto de Osaka. Dese que eu vim pro Japao, foi a primeira vez que eu fui a praia. Era pequena, mas linda, areia branca, fofa, mar verde-azul, tudo limpo, e o namorado junto, que mais eu podia querer? Ficar num hotel em frente a praia, num quarto com vista pro mar, ter um banquete pro jantar e se divertir no karaoke com todo o pessoal com quem eu convivi nesse ultimo ano. Ah... foi demais!

Na 4a, dia 17, foi a cerimonia de entrega dos diplomas, seguida por uma festa muito pior (em termos de comida, jah que eu sai com fome) do que todas as anteriores. Mesmo assim foi bom ver todo mundo se reunindo pra tirar foto, vestindo roupas arrumadinhas e estrear minha camera digital (!).

Hoje eu recebi o numero do meu quarto no dormitorio de Kobe. Ah, sim, eu passei! Recebi o resultado na semana passada, dia 11. Mas ainda estou esperando informacoes sobre matricula, calendario etc. Eles saum muito lentos...

Meu quarto estah uma loucura. Sem brincadeira, serio mesmo, eu naum consigo mais transitar naquele cubiculo. Antes jah era apertado, agora entaum... caixa da panela de pressao, caixa do computador... Quando eu comecar a encaixotar minha mudanca vou ter que deixar as outras caixas no corredor, porque naum tem condicoes. E por causa do CPU monstro que eu coloquei em cima da escrivaninha (embaixo naum dah por causa da geladeira), tive que tirar todos os livros e um monte de caixas. Os livros eu consegui guardar. As caixinhas e todos os outros trequinhos e quinquilharias estaum se mudando pra cama qdo eu uso o computador e voltam pra cadeira qdo eu vou dormir. Fora os CDs de softwares e CD-R pra tudo quanto eh lado... Eu estou perdida, naum faco ideia de como comecar a empacotaras coisas. E eu ainda nem sei o que vou fazer com minha geladeira... aaaaaaaaaahhhhhh!!!!!!!!

Outro dia minha professora advisor convidou nossa classe e mais 2 professoras, num total de 10 pessoas, pra almocar num restaurante italiano. Eu fui achando que seria como nos outros restaurantes que a gente costuma ir, boa comida, mas bem simples. Quando nos chegamos, meu queixo caiu. Tinha uma mesa reservada, com tacas e um monte de talheres, daqueles que dao o ar da classe. Vinho, uma combinacao de entradas, paes, spaghetti, peixe como prato principal, uma combinacao de sobremesas e finalmente, capuccino. Nossa, como eu comi... Foi a primeira vez que eu tive uma refeicao assim.

Pessoas, eu comprei uma webcam, entaum depois que eu me mudar e instalar internet, talvez de pra gente se ver no icq ou messenger, mm?

Beijos, Ilka =)

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2004

Acabei de sair da prova de historia. Foi a ultima dessa semana. Jah entreguei meu ronbun. Ele ateh que ficou bem legal. Pelo menos a capa, heh.
4a feira eu fui pra Kobe fazer minha prova e minha entrevista. Felizmente, foi td bem. Estou bem confiante de ter conseguido. O Oscar tb passou em Tohoku. Era pra ele ter tido a prova no final desse mes, mas eles nunca mandavam nada dizendo o dia exato. Hj saiu uma lista das pessoas que jah foram aprovadas nas respectivas universidades, e o nome dele tava lah.
Eu fui conhecer o dormitorio dos estudantes estrangeiros lah de Kobe, e eh muito massa. No quarto tem banheiro com ofuro (banheira), uma pia (dah pra cozinhar se tiver um fogareiro de uma boca), geladeira, ar condicionado. em cada andar tem uma lavanderia (mas tem que pagar 100 ienes pra cada vez que usa uma maquina), uma cozinha bem grande, uma sala de jantar, uma sala de TV. No predio tem uma uma sala de computadores, uma sala de estudos, uma sala de ginastica com varios equipamentos, um auditorio.
Ah, a universidade tb eh bem grande. O problema eh que fica num monte, e os deptos saum todos separados. Naum eh como a USP. Dah pra se perder facil. Eu visitei um dos predios da Economia, que foi construido recentemente, muito chique (hum, que familiar). O meu depto eh bem podrinho, coitado, e fica laaaah no topo da montanha.

Ai, eu naum ganhei chocolates no Valentine's Day... Eu vou ganhar soh no dia 14 de marco, que eh chamado White Day. Por que? Naum sei.

domingo, 1 de fevereiro de 2004

Hoje eu vi a lista dos meus kouhais. Sao 3 brasileiros aqui em Osaka. 3 garotos. Como naum havera colombianos nem romenos aqui por perto, exceto os que jah eram nossos senpais, acho que serei senpai de um colombiano e 3 romenos tb. Eh que nos somos uma familia!

A ultima vez que eu escrevi foi dia 15, neh? Bem naquele dia foi qdo eu comecei a namorar o Oscar. Eu jah mencionei o Oscar algumas vezes aqui, eu acho. Nos sempre andamos juntos, desde o comeco. Por ele tb ser latino-americano, parece que ele e nos brasileiros temos costumes parecidos. Mas as romenas tb, por serem de origem latina, tem muitas coisas em comum. E eh por isso que nos somos uma familia.

Dia 14 eh Valentine's Day. Aqui no Japao, nesse dia, soh as garotas daum presentes (chocolates). Elas, digo, nos recebemos soh no dia 14 do mes seguinte. Que chato. Estou pensando em naum seguir essa tradicao, quero dizer, esperando que naum sigam essa tradicao. Eu tb quero chocolate!

Se vcs estaum pensando que eu naum estou empolgada por estar finalmente namorando, estaum completamente enganados. Eh que um blog naum eh lugar de ficar fazendo muito barulho por causa disso. Pelo menos pra mim.

Eu jah falei do meu ronbun (TCC)? Acho que soh mencionei, neh? Bom, dia 27 eu tenho que entrega-lo. E o tema do meu eh "Bento Bunka". Bento (leia-se bentoo) eh a "marmita" japonesa. Na Liberdade encontram-se alguns tipos simples e abrasileirados de bento. Bom, e bunka significa cultura. Nesse caso, tem o sentido de costume, um conjunto de costumes em torno do bento. Como uma simples marmita pode ser taum importante? Eh, eh o que eu vou descobrir. Eu sei que, alem da praticidade e do lado "gourmet" da coisa, parece que os japoneses tem uma certa ligacao emocional com o bento. Claro, depende de quem fez, como fez, o que colocou. Um exemplo (numa sociedade ainda machista, eu sei): os maridos sentem no bento a dedicacao com que suas esposas prepararam - ugh, olha eu falando desse jeito... Assim como as criancas costumam comparar seus bentos entre si, e geralmente se zangam com suas maes se elas naum adivinharam que aquele tipo de bento naum despertaria a atencao (por um bom motivo) de seus coleguinhas.

Qdo eu tiver mais material, eu volto a escrever.
beijos

quarta-feira, 14 de janeiro de 2004

YEY!!!!! I got it! Eu consegui a indicacao pra Kobe Daigaku!! Que legal, que legal! Mas naum eh certeza que eu vah pra lah, porque tem uma prova e uma entrevista ainda, e eu tenho que passar, claro. Mesmo assim, jah eh muito bom. Para quase todos os meus amigos os resultados foram bons. A unica coisa ruim, para mim, eh que todos eles irao pro norte e soh eu ficarei por aqui. Por causa disso, ontem, depois do anuncio dos resultados, eu estava feliz/triste, naum aguentei e acabei chorando... mas hoje estah td bem.

Parece que no Brasil jah saiu a lista dos aprovados pra bolsa de graduacao deste ano, ou seja, meus kouhais (leia-se bixos). Estou bastante ansiosa para saber quem sao e poder recebe-los em abril.

terça-feira, 13 de janeiro de 2004

Damn it! Falta meia hora para saber a universidade pra que eu fui indicada, e eu estou muito, muito nervosa. Ok, todo mundo diz e eu tb confio que minhas chances de ir pra Kobe sao realmente altas. Mesmo assim, naum ha como evitar a ansiedade pela confirmacao. E o que me deixa mais nervosa eh que todos nos ficaremos sabendo, ou seja, hoje nos saberemos para onde cada um vai, se ficaremos proximos ou distantes. Ai, que friiiio na barriga.

Falando em frio, estah nevando lah fora. Hoje de manha as plantas estavam cobertas de neve. A tarde, depois do almoco, nos visitamos uma corte judicial. A turma toda foi dividida em 3 grupos, e cada grupo assistiu a um julgamento. Mas o caso do meu grupo foi o pior. Nao sei explicar porque tambem naum entendi, mas eles adiaram o julgamento pra daqui a 3 semanas, o que significa que nos naum vimos bosta de julgamento nenhum. O reu estava algemado e as algemas estavam amarradas a cintura dele com uma corda. Naum entendi do que ele estava sendo acusado, mas minha amiga me disse depois que era por invasao de domicilio. Soh foi interessante porque mesmo no Brasil eu nunca tinha ido a uma corte.

Nos ainda estamos meio que em clima de ferias. O trabalho naum comecou pra valer ainda, eh a primeira semana de aulas, um aluno ou outro falta as aulas... Soh mais um mes e meio. Nem acredito como pode ter passado tao rapido.

Nem sei o que escrever. Na verdade eu vim pra sala de computadores pra passar o tempo ateh chegar a hora de saber o resultado. Tenho que escrever meu projeto de "TCC" pra amanha, mas naum sei que horas eu poderei fazer isso. Eh aniversario da Lavinia e ela vai servir um jantar. AAAAHHH, eu estou extremamente nervosa!!!

Tchau.

domingo, 4 de janeiro de 2004

Passou o Natal, passou o reveillon, mas eu sobrevivi! Sem a família, sem o chester da mamãe, sem praia nem fogos de artifício. Mas champagne eu bebi bastante.
A ceia de Natal nós fizemos aqui na Gaidai mesmo, junto com amigos próximos e outros nem tanto. Foi muito bom. Cardápio romeno-tanzaniano, e meu bolo de morangos com chantilly (a massa eu comprei, heheh). Boa música, dancei até salsa...
Só no dia 31 mesmo nós decidimos aonde iríamos na virada. E fomos a Kobe. Não vimos fogos de artifício, como esperávamos de uma cidade portuária, mas em compensação encontramos (por acaso) alguns estudantes de Kobe, incluindo um brasileiro e dois colombianos. Por horas procuramos um karaoke para ficar até de manhã, mas os que não estavam lotados cobravam os olhos da cara e mais um pouco. Acabamos esperando em frente a uma "tea room" muito chiquezinha até conseguirmos lugares. O pedaço de bolo mais caro que eu já comi (4 dólares) para poder sentar meu pobre traseiro numa poltrona aveludada. Ao menos o bolo estava muito bom, e eu me senti muito high society comendo com um garfinho dourado. Tudo isso para, depois, pegar o trem e comer na loja de conveniência, esperando pelo primeiro ônibus, que chegou às 8h45.

Na 6a feira da semana retrasada eu fui patinar no gelo pela primeira vez. Eu, que já nem patinava direito com os roller skates, passei 4 horas naquele rinque e saí sem ter aprendido, mas com um pulso enfaixado e a sentadera muito dolorida por ter caído 3 vezes. Não vou mentir, não estou de brincadeira, dói até hoje... Mas no fim das contas foi muito divertido.

Desde o dia 1 até ontem, dia 4, não conseguimos retirar dinheiro das contas bancárias. Adivinhem. Até caixa eletrônico tem descanso no feriadão de ano novo. Fiquei na base do empréstimo, sem poder sair. Que raiva eu senti daquele banco estúpido!


Faltam 3 meses pra minha formatura desse curso. No fim desse mês ou começo de fevereiro nós saberemos para que universidade nós fomos indicados. Então vêm as provas e entrevistas, e finalmente nos mudamos do meio de março pra frente. Nesse período final temos que escrever uma espécie de TCC (trabalho de Conclusão de Curso), com apresentação e tudo mais. Essa semana eu tenho que escrever o meu projeto, e o pior é que eu ainda não decidi o tema... Ai, ai, ai.

Só 3 meses, vão passar voando. E eu nem dava ouvidos quando os senpai (veteranos) diziam que é o melhor dos 5 anos, e que nós deveríamos aproveitar. O problema é que eu percebi mesmo muito tarde. Durante um longo período foi chato de verdade... Mas a diferença são as pessoas com quem se convive, não exatamente o que se faz ou aonde se vai.

No começo todo mundo queria ficar por aqui, na região de Kansai, mas no fim acabaram colocando com primeiras opções universidades no norte. Acho que vou ficar meio sozinha por aqui... que triste! Essas realizações de ano novo estão sendo muito cruéis, yokei tsurai.