sábado, 30 de outubro de 2004

Desinformada

Eu sei que este post deveria ter sido escrito assim que eu tivesse me atualizado, mas não deu, atrasou. Agora todo mundo deve ter mais informações sobre o terremoto que houve em Niigata do que eu, que não assisto TV nem leio jornais e, sim, converso com alguns japoneses, mas eles não comentam muito sobre isso. Eu havia dito que os estragos haviam sido relativamente baixos, já que eu só assisti ao noticiário da noite em que o terremoto havia ocorrido. Claro que, mesmo algumas horas depois dos tremores, ainda não dá para se saber a real dimensão dos estragos e perdas. Eu ouvi que haviam 2 mortos e o que fiz foi imediatamente (sem deliberações) comparar com o tufão, que deixou mais de 50 mortos em todo o país, sendo que tufões são fenômenos previsíveis e todo mundo é previamente alertado sobre sua passagem. (Pelamordedeus, eu não estou dizendo que 2 mortes são menos dignas de atenção que 30)
Mas só depois de 2 ou 3 dias eu vi a notícia de que havia mais de 30 mortos e alguns desaparecidos, e dezenas de milhares de pessoas desabrigadas e/ou sem água ou energia elétrica. Os efeitos do terremoto foram ainda piores do que se poderia imaginar, por causa dos danos causados pelo tufão que passara não muitos dias antes.
Voluntários estão saindo de várias partes do país em direção a Niigata. Em relação a essa mobilização, ontem minha professora disse algo importante, que eu não sabia. Bem perto aqui de Kobe, numa ilha chamada Awajishima, os estragos do tufão de 10 dias atrás ainda podem ser vistos. E, apesar de isso ter acontecido antes do terremoto de Niigata, relativamente poucos voluntários apareceram para ajudar. Essa professora, entregando uns folhetos sobre um mutirão que a faculdade estava organizando, disse:
"É claro que o o terremoto foi algo realmente terrível, mas por causa disso a situação em Awajishima ficou meio apagada. Niigata é Niigata, Awajishima é Awajishima, e fica aqui em Hyogo-ken (mesmo estado)."

Um comentário:

Ilka Mina disse...

Ok, esse post dispensa comentarios. Passe pro proximo.