domingo, 8 de novembro de 2009

Contagem regressiva e Cirque Du Soleil

Esse blog, apesar dos longos intervalos de silêncio entre posts, foi um "diário", um espaço de relatos da minha vida no Japão. Foi? Por enquanto ainda é, mas está com seus dias contados.
A história "7 anos no Japão" logo chegará ao seu fim. Até lá, para despedir-me dignamente, vou tentar escrever mais. Vai servir como reabilitação do idioma, seriamente danificado ao longo desses anos.

Dia 6, sexta passada, fui ao Cirque Du Soleil. Eu já tinha ido uma vez ao espetáculo Alegria em Osaka, mas o assento não podia ser pior, longe do palco e com uma viga obstruindo a visão.
Dessa vez fui ao espetáculo Corteo. Com menos assentos, sem vigas e com um palco central giratório, a visão era ótima. No Cirque Du Soleil, não há nenhum movimento que possa ser perdido, tudo pode ser considerado performance, arte. A música, tocada e cantada ao vivo, é perfeitamente sincronizada com as performances, e entre as atrações não existe tempo perdido, sempre um pequeno teatro, artistas que simplesmente atravessam o palco fazendo piruetas, anjos que descem do céu (teto)... Na verdade tudo é interligado pelo tema central: a partida do personagem principal para o céu, passando por um longo sonho que relembra a sua infância e seus amigos.

Enfim, não sou muito boa para fazer esse tipo de descrições. Mas uma coisa posso afirmar com absoluta certeza: se alguma vez na vida você tiver a oportunidade de ir ao Cirque Du Soleil, não deixe passar, porque vale muito a pena. Se você não gostava de "circo" quando era criança, esqueça o significado que essa palavra tinha até agora, porque esse espetáculo é teatro, música, dança, comédia, ginástica olímpica, tudo junto.
Particularmente, acho que esse é um espetáculo para adultos, para que nos lembremos de quando éramos crianças. Eu fiquei o tempo todo boquiaberta e de vez em quando colocava a mão na boca, incrédula de que aquelas pessoas ali no palco eram humanos como eu, com um certo medo de que elas fossem cair.
Fiquei pensando qual a diferença entre esses artistas e atletas profissionais, por que eles não competem nas olimpíadas. Deve ser porque os atletas têm como objetivo a vitória, e os artistas de circo estão buscando o reconhecimento do público, nada de pontos nem notas, nada de regras. É bonito ver que, apesar de toda a tecnologia que existe hoje em dia, nada substitui a emoção que um ser humano pode causar usando nada mais que o seu próprio corpo e uma mente artística.

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